"Unir-se o mal ao bem, arriscar-se nos escaninhos amb�guos do ser sem naugragar no mal e, para tanto, manter-se acima do bem e do mal, isto � saber. � preciso experimentar tudo por si pr�prio, mas experiment�-lo sem, no entanto, experiment�-lo antes de estar envolvido com o mundo. Visto que experimentar, simplesmente, � de antem�o envolver-se, escolher, viver, limitar-se. Saber � experimentar se emperimentar, antes de vivenciar. Queremos saber antes de fazer. Por�m, o que queremos � s� um saber inteiramente experimentado pelas nossas pr�prias evid�ncias. Nada empreender sem tudo saber, nada saber sem antes ter ido ver por si mesmo, quaisquer que possam ser as desventuras dessa experi�ncia. Viver perigosamente - mas seguro - no mundo das verdades. Vista sob este �ngulo, a tenta��o �, como dissemos, a pr�pria filosofia. Nobre tenta��o, que se torna quase n�o-tenta��o e, ao inv�s disso, coragem. Coragem com seguran�a, eis a s�lida base de nossa velha Europa."

L�vinas, Emmanuel, Quatro Leituras Talm�dicas, tradu��o de Celia Berrettini. S�o Paulo, Perspectiva, 2003.