terça-feira, outubro 14

"Ha uma crise nos seculos como nos homens. Eh quando a poesia cegou deslumbrada de fitar-se no misticismo, e caiu do ceu sentindo exaustas as suas asas de oiro. O poeta acorda na terra. Demais, o poeta eh homem, Homo sum, como dizia o celebre Romano. Ve, ouve, sente e, o que eh mais, sonha de noite as belas visoes palpaveis de acordado. Tem nervos, tem fibra e tem arterias -- isto eh, antes e depois de ser um ente idealista, eh um ente que tem corpo. E, digam o que quiserem, sem esses elementos, que sou o primeiro a reconhecer muito prosaicos, nao ha poesia." (Alvares de Azevedo, Lira dos Vinte Anos, prefacio da segunda parte)

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