segunda-feira, dezembro 19

Seu mundo não existe!

Os budistas tibetanos acreditam que o mundo aparentemente sólido é uma ilusão. Assim como os heróis do filme Matrix, um pequeno número deles trabalha arduamente para atravessar a ilusão e chegar à realidade que está além, e alguns alimentam grandes esperanças que toda a humanidade algum dia perceberá as coisas como elas realmente são. Eles também têm consciência, através de amargas experiências pessoais, de que a simples crença de que o mundo é irreal não é suficiente para mudar coisa alguma. Um esforço rigoroso e um treinamento em Yoga são ambos necessários para quebrar o condicionamento que nos prende à nossa “matriz” natural.
O fato mais intrigante de todos é que os filósofos tibetanos tocaram em uma das mais difíceis questões oriundas das doutrinas do Budismo: se tudo é uma ilusão, qual o sentido da moralidade e do comportamento correto? A resposta se desdobra em duas. Em primeiro lugar, a experiência mostra que o comportamento correto e a moralidade são importantes para escapar da ilusão. Em segundo lugar, aqueles que se mantêm presos ao mundo irreal da sangsara não têm nenhuma opção senão obedecer às suas regras, assim como aqueles que por falharem em reconhecer a matriz pelo que ela realmente era, foram obrigados a operar dentro do seu rígido programa. Enquanto a ilusão é mantida, nós temos a escolha de gerar carma positivo é, conseqüentemente, melhorar a qualidade de nossa vida futura
Os feiticeiros tibetanos dão um passo além. Como os personagens do filme Matrix eles preferem o mundo ilusório à realidade que está além, mas estudam sua mecânica para realizar milagres. Em essência, eles acreditam que se o nosso mundo é produto da mente, então o controle da mente deve levar ao controle de nosso ambiente; aquilo que é criado pela mente pode ser alterado pela mente.

Brennan, J. H. A magia secreta do Tibete (trad. Martha Malvezzi Leal). São Paulo, Madras, 2003.

sexta-feira, dezembro 9

Palavras inúteis