E se realmente vencermos, o que acontecerá? A sociedade não mais existirá, nada do que foi construído permanecerá. Reintegrar-se-á finalmente o homem com o universo sobre os escombros e ruínas da civilização? Na aurora do milênio, a autodestruição desponta como única saída para a humanidade. Junte-se ao coro.

É estranhamente paradoxal que o aproximar-se de uma região que parece um caminho que nos leva à escuridão tenha por resultado a luz da iluminação.

Carl Gustav Jung (Psicologia e religião oriental, trad. Pe. D. Mateus Ramalho Rocha)

The man that hath no music in himself,
Nor is not moved with concord of sweet sounds,
Is fit for treasons, stratagems and spoils;
The motions of his spirit are dull as night
And his affections dark as Erebus:
Let no such man be trusted. Mark the music.

O homem que não tem música em si mesmo,
Nem é movido em concordância aos doces sons,
É adequado a traições, estratagemas e espólios;
Os movimentos de seu espírito são opacos como a noite
E suas afeiçoes escuras como Erebus:
Não deixe tal homem ser confiado. Marque a música.

Shakespeare, The Merchant of Venice (trad. livre).

O velho pecado original era sobretudo um pecado de conhecimento; o novo, se posso falar nesses termos, é antes e sobretudo um pecado de não reconhecimento -- a recusa em reconhecer a verdade e as leis que daí procedem, leis que chamamos fundamentais.

Igor Stravinski, Poética Musical em 6 Lições, trad. Luiz Paulo Horta, Jorge Zahar Editor.